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Biografia:
De príncipe encantado, Rodrigo Santoro tem mais do que apenas o rosto. A vida do ator global é digna de conto de fadas menino pobre tenta a sorte no Rio, trabalha na TV, fica famoso e se torna o primeiro grande astro brasileiro desde Sônia Braga a ter uma chance de sucesso em Hollywood. Requisitado para estrelar desde superproduções como ''Charlie’s Angels 2: Full Throttle'' ou filmes artísticos como ''Roman Spring of Mrs. Stone'' e ''Love Actually'', em breve Santoro deixará de impressionar apenas o público brasileiro para conquistar também o americano, o francês, o inglês, o canadense...É claro que, hoje, o mundo pode até parecer vasto e convidativo. Mas até há pouco mais de dez anos, o mundo de Santoro se resumia às ruas históricas e ao clima serrano de Petrópolis, cidade fluminense onde nasceu e passou a maior parte da infância. Do pai italiano, herdou o sangue quente, a habilidade para preparar macarronada e os marcantes olhos amendoados. Da mãe, pintora e escultora, vieram outras características que o ajudariam na futura carreira: a sensibilidade e a paixão pelas artes.Santoro demonstrou interesse pelos palcos já desde criança. Em casa, organizava teatro de fantoches para a família em datas como Natal e Páscoa. No Colégio Aplicação, com a ajuda de um professor de português, adaptava filmes da TV para o que chamavam de ''sessão lítero-musical'' (para se ter uma idéia, o galã, hoje todo sério, naquela época se divertia encenando clássicos teen-trash como ''Férias do Barulho''). Nos palcos, era dono de um magnetismo incrível e data desta época sua primeira namoradinha, aos 14 anos. Santoro costuma dizer que, depois dela, só houve outras duas paixões sérias apesar das revistas de fofoca sempre o colocarem ao lado de alguma beldade.Como costuma ocorrer com outros jovens suburbanos, ao atingir os 17 anos Santoro começou a notar que o eixo de sua vida havia se deslocado para o Rio de Janeiro. Suas jornadas serra abaixo eram cada vez mais freqüentes: para surfar com os amigos, para se preparar para o vestibular ou para praticar sua verve dramática na Escola de Atores da Globo. Trabalhando com estas três atividades o corpo, a mente e o espírito, era apenas questão de tempo até que Santoro fosse notado por algum olheiro da emissora.Santoro foi aprovado no curso de Publicidade na Pontifícia Universidade Católica e logo conseguiu seu primeiro papel na TV, uma participação pequena na novela sobrenatural ''Olho no Olho''. Nesta época, ainda morava em uma república de estudantes - para onde havia fugido depois que quase levou uma bala perdida em seu primeiro apartamento, de frente para uma favela em Copacabana. As coisas começaram a melhorar em 1994, quando conseguiu sua primeira brecha no horário das oito, com a novela ''Pátria Minha''. O folhetim, porém, foi rejeitado pelo público e abreviado depois dos escândalos da protagonista, a atriz Vera Fischer. Com a grana de ''Pátria Minha'', conseguiu alugar seu apê próprio, no Leblon, onde até hoje pode ser visto malhando diariamente na praia.Em 1996, seu corpanzil de 1m90 e 87kg já atraía os olhos das menininhas, a ponto de lhe garantir o papel masculino principal na novela das seis ''O Amor está no Ar''. O projeto, envolvendo um triângulo amoroso intergerações e extra-terrestres, só lhe trouxe dor de cabeça: por causa do ritmo das filmagens, teve de deixar a faculdade e o resultado final do folhetim foi pífio. Para compensar a parca ambição artística de ''O Amor está no Ar'', Santoro participou, no mesmo ano e de graça, do elogiado curta ''Depois do Escuro''.Dois anos depois, Santoro chegava aos cinemas, a mídia que mais lhe renderia prêmios e homenagens. Fez uma pequena ponta em ''Como Ser Solteiro'', que acabou sendo obscurecida por sua atuação muito melhor e mais relevante, na minissérie global ''Hilda Furacão''. Foi ali que Santoro, na pele do atormentado Frei Malthus, mostrou pela primeira vez que podia ser um ator sério, ao invés de apenas um rosto bonito. Ele ainda afirma até hoje que foi uma das mais difíceis experiências de sua vida, por causa da carga dramática do personagem, mas pelo menos ele a atravessou ao lado de outra artista que também precisava se provar: a bela Ana Paula Arósio.Em 1999, o ator começou a flertar com Hollywood a ser convidado para dublar o ratinho protagonista de ''O Pequeno Stuart Little'', enorme sucesso infantil que rendeu uma continuação em 2002 (também dublada por Santoro). Ainda em 1999, Santoro emplacou a novela ''Suave Veneno'', outro fracasso, e uma pequena ponta em ''O Trapalhão e a Luz Azul'', comédia bem-sucedida de Renato Aragão.O grande papel no cinema viria com ''Bicho de Sete Cabeças'', de Laís Bodasnky, em 2001. A primeira exibição do filme para o público chega a ser sintomática da virada que Santoro conseguiu dar: quando ele e a diretora foram apresentar a obra no Festival de Brasília, ele foi vaiado por sua participação na descerebrada novela ''Estrela-Guia'', protagonizada pela cantora Sandy. Ninguém levava o galã a sério. Mas, ao final da sessão, embasbacado com a interpretação de Santoro como um jovem mantido injustamente em uma cruel clínica psiquiátrica, o público o aplaudiu de pé. O filme foi considerado pela crítica um dos melhores do ano e valeu a Santoro o convite para trabalhar em outro longa que seria igualmente elogiado: ''Abril Despedaçado'', de Walter Salles.Formado um consenso nacional sobre seu talento e empenho (que serão provados em outro projeto de um grande diretor: ''Carandiru'', de Hector Babenco, no qual viverá uma travesti), Santoro começou a expandir seus horizonte. Um diretor canadense que o viu em uma exibição especial de ''Bicho de Sete Cabeças'' enlouqueceu tentando entrar em contato com o ator para empregá-lo em seu novo filme, ''Roman Spring of Mrs. Stone''. O cineasta finalmente conseguiu o telefone pessoal do pai de Santoro e, quando o ator soube, aceitou o convite na hora. Resultado: filmou este telefilme em Roma por dois meses, ao lado de nomes como Helen Mirren (de ''Assassinato em Gosford Park''), Olivier Martinez (de ''Infidelidade''), Anne Bancroft (de ''A Primeira Noite de um Homem'') e Maggie Smith (de ''Harry Potter e a Câmara Secreta'').Quase que simultaneamente, Santoro recebeu outra proposta irrecusável. Enquanto divulgava ''Abril Despedaçado'' em Los Angeles, foi abordado por executivos da Columbia Pictures que queriam lhe oferecer uma participação especial no blockbuster ''Charlie's Angels 2: Full Throttle'', continuação de ''As Panteras''.O sonho de um brasileiro em Hollywood havia se tornado verdade. Houve verdadeira comoção nacional, todos aplaudindo o ator e até inventando boatos cabulososo, como seu relacionamento ''caliente'' com a colega Cameron Diaz. Houve até quem dissesse que ele havia roubado a modelo Gisele Bundchen de Leonardo DiCaprio. Ambos os rumores, porém, são mentira. É fato, porém, que os colegas já se derretem em elogios ao bonitão. O diretor de ''Charlie’s Angels 2'', McG, chamou de ''gatão'', ''valente'' e ''muito excitante''.A presença em um projeto gigantesco como ''Charlie’s Angels 2'' ajudou a abrir outras portas para Santoro em Hollywood. Ele já está escalado para outro filme, o drama ''Love Actually'', ao lado de Hugh Grant, Laura Linney, Emma Thompson, Alan Rickman e Rowan Atkinson. Mais uma vez, só feras.No meio desta atribulada tempestade de fama, sucesso e dinheiro, Rodrigo Santoro tenta se manter calmo e humilde. Ainda pratica meditação e esportes sempre que pode e recusou-se a mudar para Los Angeles. Sua casa é mesmo no Rio de Janeiro - um refúgio onde pode ouvir The Doors, ler William Shakespeare e assistir a filmes de seus atores prediletos, como Robert De Niro e Al Pacino. No ritmo em que Santoro anda evoluindo, porém, daqui a pouco ele irá vê-los não nas telas do cinema, mas lado a lado, em um set de filmagens em Hollywood. Questão de tempo.
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