Biografia:
John C. Reilly é uma figura relativamente nova no universo cinematográfico. Reilly estreou no cinema há menos de quinze anos, em 1989, dois anos após de obter um bacharelado de Belas Artes da Goodman School of Drama de Chicago. Começou já em grande estilo: atuou em Não Somos Anjos, drama dirigido por Neil Jordan (Traídos pelo Desejo) e escrito por David Mamet (O Assalto). Atuou com Sean Penn e Robert De Niro e nem por um minuto sentiu-se intimidado por ambos. Tanto que voltou a trabalhar com Penn no mesmo ano, em Pecados de Guerra, um drama sobre a guerra do Vietnã dirigido por Brian DePalma. Dali, passou por uma série de papéis menores, incluindo a fita de ação Dias de Trovão (1990), estrelada por Tom Cruise e que abordava os bastidores do automobilismo; o drama de mafiosos Um Tiro de Misericórdia (1990), seu terceiro filme com Sean Penn; e a comédia Um Yuppie em Apuros, com Matthew Broderick. Reilly permanecia sub-aproveitado e sem o devido reconhecimento, mas seguia envolvendo-se em projetos que, se ao menos não eram grandes, continham grandes intérpretes que teriam muito a lhe ensinar. Assim, recebeu ordens de Woody Allen em Neblinas e Sombras (1992); colaborou com Jack Nicholson em Hoffa Um Homem, Uma Lenda (novamente um roteiro de Mamet); e atormentou a pobre Meryl Streep como um dos vilões de O Rio Selvagem (1994). Participou também dos ótimos dramas Eclipse Total (1995), com a sempre eficiente Kathy Bates, e Gilbert Grape Aprendiz de Sonhador (1993), filme que lançou Leonardo DiCaprio. As coisas começaram a mudar para Reilly quando, em 1996, ele foi chamado por um jovem diretor para atuar em seu filme de estréia. O filme se chamava ''Jogada de Risco'', e o diretor, seu eterno parceiro desde então, era o promissor Paul Thomas Anderson. No papel de um fracassado jogador inveterado em Las Vegas, seduzido por Gwyneth Paltrow e enganado por Samuel L. Jackson. Reilly caiu no gosto do cineasta e de toda a crítica. Quando P.T. Anderson foi descoberto pelo mundo todo no ano seguinte, graças ao drama Boogie Nights Prazer Sem Limites, Reilly foi sugado no vácuo e também alçado ao status de estrela do cinema alternativo.Em Boogie Nights, espécie de biografia fictícia do astro pornô Dirk Diggler (Mark Wahlberg), Reilly vivia o parceiro e melhor amigo do protagonista. Seu personagem sonhava em se tornar um compositor e mágico, mas acabava tragado pelos vícios que corroeram a indústria pornográfica e pelas alterações comportamentais da década de 1980. O filme foi um enorme sucesso, garantindo a P.T. Anderson cacife para ousar ainda mais em seu próximo projeto, o drama épico Magnólia, de 1999. Apesar da contratação de Tom Cruise, posteriormente indicado ao Oscar, Anderson não se esqueceu de garantir uma vaga no elenco para Reilly, que interpretou um policial que se apaixonava por uma viciada em cocaína.Neste prolífico período que foi de 1996 a 1999, Reilly acrescentou ainda outros grandes filmes à sua filmografia - desde obras aclamadas pela crítica, como Além da Linha Vermelha, drama de guerra de Terrence Malick; até sucessos de público como a despretensiosa comédia Nunca Fui Beijada, estrelada por Drew Barrymore; ou mesmo longas que não foram nem um, nem outro, como o suspense O Principal Suspeito, com Ewan McGregor. Em 2000, Reilly foi convidado a atuar no maior sucesso de bilheterias de sua carreira, o blockbuster Mar em Fúria. Dirigido por Wolfgang Petersen (Força Aérea Um), o filme narrava a aventura de uma equipe de pescadores, liderada por George Clooney, diante de um raro fenômeno meteorológico em alto mar. Mar em Fúria marcou também o retorno da parceria de Reilly com Mark Wahlberg.Com um grande filme-pipoca no bolso, Reilly achou por bem equilibrar a filmografia com alguns projetos mais independentes. Reservou 2001 para atuar em Frank's Book, drama minimalista estrelado apenas por ele e mais dois atores, e The Anniversary Party, dirigido pela dupla de atores Alan Cumming (o Noturno de X2) e Jennifer Jason Leigh (de Mulher Solteira Procura). Estrelado pela dupla, além de Reilly e de Kevin Kline (Será que Ele É), esta comédia descreve uma série de relacionamentos que se fragmentam e são reconstruídos ao longo de uma festa. Em 2002, em meio aos quatro filmes que realizou, o workaholic Reilly conseguiu encaixar outro filme independente. Só que este atraiu um pouco mais de atenção por causa da presença (e da boa atuação) de Jennifer Aniston. Trata-se do drama Por Um Sentido na Vida, no qual ela precisava escolher entre a vida medíocre ao lado do marido (Reilly) e um caso extra-conjugal com um jovem que acredita ser a encarnação do protagonista de O Apanhador nos Campos de Centeio (Jake Gyllenhaal). Todo o trabalho do trio foi bastante elogiado, colocando o filme no mesmo nível dos outros três projetos de Reilly no ano - Chicago, Gangues de Nova York e As Horas. As três obras-primas, inegavelmente os melhores filmes de 2002, mostram como Reilly é versátil. No musical, ele é o marido traído de Renée Zellweger; em As Horas, sua esposa é a depressiva Julianne Moore; e em Gangues de Nova York ele é um ex-membro do grupo de Liam Neeson que, anos depois, torna-se o policial corrupto que controla o sul de Manhattan. John C. Reilly poderá ser visto em breve explorando sua verve cômica em Anger Management, longa no qual Jack Nicholson dará aulas a Adam Sandler sobre como controlar sua raiva.John C. Reilly é casado com a produtora Alison Dickey.
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